Criminalidade como fator real do desenvolvimento.

Notável o desenvolvimento de nossa cidade nos últimos tempos, com bons níveis de aproveitamento e desenvolvimento dos recursos humanos pregressamente ociosos, contudo, pessoalmente, não dou fé de recentes pesquisas do Ministério do Trabalho que apontam Inhumas como a 3ª cidade no Estado que mais gerou emprego formal. Talvez seja pelas recentes instalações de grandes lojistas em nossa cidade; o real é que, a sociedade inhumense, de fato, ainda não sentiu este impacto pois o desenvolvimento não é uniforme (para todos).

Contudo, o que vem chamando muita atenção após todas estas transformações é o aumento da criminalidade. Nossa cidade como nunca, está sofrendo desta grande patologia social que vem assolando todo o mundo. Inhumas não é mais aquela velha cidade pacata do interior; crimes, em suas varias formas de manifestação, vem chocando e amedrontando nossa sociedade.

Mais o que vêm causando o rompimento da paz em nosso meio?

Não é de se duvidar, tudo nesse mundo tem um “preço”, e nossa sociedade já começou a “pagar” pelo seu desenvolvimento, que, como dito anteriormente é desigual.

São vários os fatores de proliferação da criminalidade e para desembrulhar este pacote, nos apoiaremos no estudo da criminologia, que como nenhuma outra ciência, deve ser analisada de modo isolado, como se fosse uma ilha sem comunicação. Tem, ela, necessariamente, relações com diversos ramos do conhecimento científico. Com o Direito antes de tudo, não apenas no campo penal, mas na própria estrutura jurídica, porque estuda um fenômeno que ameaça o equilíbrio social.

Analisando a sociedade como um ser orgânico vivo e uno no planeta terra, diagnosticaremos a criminalidade como uma patologia infecciosa, um vírus, que se prolifera devido a discrepâncias das funções corporais. Nas belas palavras de Nicola Pende: “A beleza - harmonia das formas ; A saúde - harmonia das funções; A bondade - harmonia dos sentimentos; A sabedoria - harmonia da inteligência.” constatamos que a falta de harmonia nas funções trás a doença.

Como dito na primeira linha do primeiro parágrafo – notável o desenvolvimento de nossa cidade - contudo, este desenvolvimento não deve estar sendo distribuído de forma uniforme.

Na avaliação, porém, dos fatores sociais, que são atualmente dos mais sensíveis, está bem claro que a miséria (não propriamente a pobreza) concorre intensamente para a criminalidade. E a miséria material predispõe à miséria moral.
Uma criatura faminta, abandonada e desesperada, revoltada contra tudo e contra todos, não tem condições de discernir em relação a princípios morais. Guia-se pelo instinto de sobrevivência, mas cegamente, disposta a enfrentar todos os riscos.

Contudo, a miséria não é o único fator percebido em nossa cidade que contribui para o desenvolvimento desta mazela social, à criminalidade.

As pessoas, de forma isolada, vêem caracterizando um quorum significativo no aumento da criminalidade; execuções, assassinatos, tentativas de homicídio são vistos como modo incisivo de acabar com a vida de uma pessoa. E aqui, em nossa cidade, tais fatos já vem se tornando rotina, esse ano já forma 16 assassinatos, com media de 2 a cada mês.

Isso mostra que, não só as necessidades de sobrevivência estão fazendo o homem voltar contra seus pares, mas também outros fatores de confluência que analisaremos de forma mais profunda em nossos próximos artigos.

Mas é relevante esclarecer, a criminalidade e conseqüência indireta de políticas discriminatórias, típicas de paises de terceiro mundo, onde uns tem muito e outros quase nada, causando assim uma “bola de neve” que atropela os valores familiares – qual pai que não mataria ou roubaria ao ver o filho passando fome? Somos animais, racionalizados, mais não perdemos o instinto de sobrevivência em face de vida social.