DEMOCRACIA DO MACRO AO MICRO.

A Republica Federativa do Brasil, por ordem de nossa lei maior, a Constituição Federal, que é a mais soberana das leis deste país, intitula-nos como um país democrático, onde, o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos.

Bem, é um belíssimo discurso de nossa lei fundamental, mas como já foi suscitado pelos ministros do nosso Supremo Tribunal Federal, nossa Constituição sofre uma séria doença denominada ineficácia de aplicabilidade.

Tal doença, com o tempo, tende a ser amenizada, se não curada pela produção legislativa conforme a destinação da própria Constituição.

Mas o que se viu nos últimos dias foi um grande desrespeito com o povo brasileiro, o qual de onde deveria emanar o poder, a democracia indireta exercida por meio de seus representantes eleitos.

A absolvição do presidente do Senado brasileiro, batendo de frente com a vontade nacional como um todo, reflete a in fine doença de nossa Lei Maior, além de nós, os titulares diretos do poder, ter de “engolida” uma seção secreta com votos secretos realizada pelos nossos representantes.

Neste ato, de absolvição de UM, usurpando no direito de TODOS, nos “arrancado” abruptamente o direito de ver prevalecer a vontade de nossa grande maioria.

O Poder Legislativo, juntamente com Judiciário e o Executivo, forma os poderes da União, do país, de nossa nação, dos quais somos titulares, e que esses poderes obedecerão, além de outros princípios, o da publicidade.

Publicidade que deve ser explicitada na forma mais ampla possível, repudiando tudo que possa ser ocultado ou omitido ao povo, que deve, por esta publicidade dos atos, avalizar e avaliar se seus representantes estão exercendo bem a delegação de poderes que lhe foram conferidas democraticamente.

Depois do belo Show de nosso Senado, que fez um julgamento “democrático” de seu presidente, assim o absolvendo, nos projeta na mente pensamentos um tanto quanto perigosos.

Este país realmente é democracia?
Que espécie de democracia?
Como efetivamente o povo exerce seu poder, se é que realmente tem algum?

Podemos até pensar que tais fatos ainda pairam em resquícios de um período pós-ditadura, mas depois de quase 20 anos da reabertura da democracia política, creio ser pouco provável.

No fim percebemos, ao brasileiro, o que resta apenas é o direito de voto de valor igualitário, onde o pobre o rico, o culto o incauto o desfavorecido e até o louco, não interditado, tem o mesmo poder.

Nossa cidade “festejará” no próximo ano mais uma campanha política com subseqüente eleição, assim nos remontando a uma inevitável reflexão em torno de política, democracia e poder.

Partido do macro (União/Senado Nacional) ao micro (Município/ Prefeitura e Câmara de Vereadores) afirmamos ser todas as relações reflexas, ou seja, a tudo que aprendemos lá é plenamente válido para cá.

Assim, já que após as eleições, percebemos uma mitigação exorbitante de nosso poder (quando digo nosso quero dizer individualmente meu e seu caro leitor), devemos agora começar nossas reflexões políticas, edificando uma posição séria e concreta a nossos ideais.

Permitam-me um paralelo um tanto quanto grotesco, mas relutante em minha consciência. O poder político do povo é como as fazes da lua, sendo assim, afirmamos que no próximo ano estamos de lua cheia.

Aproveitando este brilho, afirmo, devemos ter maior participação no cenário micro, pois como dito, ele reflete o macro.

Consciência e liberdade não são o bastante, temos de participar e formar a integração e proliferação do poder, pois a nós ele foi conferido. E se não os exercemos a favor, qual seja, o da maioria, certamente haverá quem o exercerá para defender interesse próprio.

Muitos aqui devem estar achando meu discurso um tanto quanto eleitoreiro é não os tiro a razão, vim aqui para lhes pedir um voto; meu candidato, uma pessoa injustiçada, sofrida porem muito batalhadora, e tenho certeza, se eleito for, regerá esta Cidade, Estado e País de forma mais justa possível. Meu candidato é Você, que tem como vice sua Consciência Política e como assessores, a boa fé, a vontade, a esperança, pois, após intermináveis noites de claras luas e penumbra madrugada, ver o sol raiar.

E aqui concluo este discurso, não eleitoreiro mais sim político, com as palavras de nossos saudosos poetas da contemporaneidade brasileira: Renato Russo e Flavio Venturini:



Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança
Nunca deixe que lhe digam
Que não vale a pena Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende.